sábado, 23 de novembro de 2019

COMO OS HUMANOS CONHECEM?

COMO OS HUMANOS CONHECEM? 
Para as/os estudantes de filosofia da educação da UFJ.



Como os humanos conhecem? Numa perspectiva linguística como isso acontece? Quando falamos, quando dialogamos, quando conversamos, até quando escrevemos, como ocorre a questão do conhecimento em nossa linguagem?
Existem três sentidos de conhecer: o da familiaridade, o da habilidade e o da proposicionalidade ou o proposicional.
Faz assim, é bom em primeiro plano, tomar os verbos "conhecer" e "saber" como sinônimos.
Como nós, humanos, conhecemos?
Por exemplo, o estudante de filosofia da educação, está a olhar para o quadro, entretanto, Luciene, sua colega de classe, afirma que Cleuzo sabe que o quadro é verde. Nada disso, ela não sabe se realmente Cleuzo sabe se o quadro é verde. Outro exemplo, você está em sua casa, com sua família e, logo alguém diz, o bebê da Jordana conhece a Adriana Borges. Supostamente esse alguém apenas afirma. Como esse alguém poderá saber isso com certa razoabilidade? Essas frases são frases que caracterizam o conhecimento por familiaridade. Tem algumas situações engraçadas, as vezes, escutamos as pessoas dizerem, "meu cachorrinho me conhece" , eu afirmo, não conhece não! Essa pessoa até poderá dizer isso, tem esse direito, no entanto, é tão-somente, uma suposição. Ou, outras vezes, dizem, "o leitãozinho conhece o lugar onde mora." Nunca! Frase da familiaridade também.
Mais um exemplo, você vai para a escola, escuta os/as professores/as enchendo sua cabeça de lorotas científicas, que nem mesmo eles/as as vezes, sabem o que estão a tagarelar. O pior da coisa é, quando, estudam alguns anos a mais, depois, voltam para a realidade como doutores e doutoras, aí o trem pega! O indivíduo estuda o rabo do gato e afirma ser rabo do macaco. Então, você volta da escola, daí, diz decididamente, " agora eu conheço de verdade o rabo do gato, eu afirmo, conhece nada não, nem do gato nem do macaco, imagina apenas, simplesmente aprendeu alguma coisinha.
Aprender não é sinônimo de conhecimento. A nossa própria linguagem é bem enrolada quando se trata dos sentidos do conhecer. Num outro sentido, diferente do conhecer por familiaridade, encontremos o conhecimento por habilidade: as vezes escutamos as pessoas dizerem, fulano de tal sabe jogar xadrez, ou, a Jesiane sabe jogar vôlei. Verdade, naturalmente ela aprendeu a jogar, criou-se uma habilidade, mas, obviamente, isso, não tem vínculo lógico com o conhecimento, é apenas uma habilidade. Impossível repassar esse tipo de conhecimento. Finalizando nossa rápida reflexão, então, temos de antemão, dois sentidos de conhecer, o da familiaridade e o da habilidade, já afirmo, nenhum deles garante suficiente bem, a possibilidade do conhecer, isso nada tem a ver com o conhecimento proposicional, ou, com o saber proposicional. Daqui deriva o terceiro sentido do conhecer, o da proposicionalidade, isto é, das proposições. Quando eu digo, por exemplo, frases do tipo, "eu sei que Andressa conhece a joana," ou a, " maria sabe que hoje está frio", estamos num outro patamar do conhecer. Percebam, essas últimas duas frases são distintas das frases da familiaridade e da habilidade. Aqui, podemos entender o saber como, "certo estado de frases". Aqui, em certo sentido, foge a opinião, a dúvida, o embaraço, esse tipo de conhecimento é o conhecimento proposicional. Aqui, o conhecimento ganha um certo status, que, garante sua titularidade. E, é esse tipo de conhecimento que para nós humanos, tem, de fato, algum valor, talvez, possa esse, te salvar da selva. Entendam, talvez, quem sabe! Nesse último sentido, podemos afirmar que, "pelo menos, agora, temos condições de verificação, isto é, de análise, sem duvida, isso garante o trabalho da filosofia. Tanto na selva como na ciência, parece que são pouquíssimas pessoas que conseguem entender a profundidade, a extensão e a dimensão das armadilhas dos sentidos do conhecer, enfatizo, as armadilhas da linguagem, sem dúvida, em grande parte ela veda o sentido dos conceitos!