terça-feira, 22 de março de 2022

A RELIGIÃO É PRIVADA

DE NATUREZA PRIVADA, AINDA QUE SANTOS OU BELOS, NENHUMA RELIGIÃO TEM O DIREITO DE IMPOR AO POVO SEUS FUNDAMENTOS.

O maior presente divino que recebemos, além da vida, sem dúvida, a liberdade. A sociedade em sua origem - gênese, não pertence a ninguém, menos ainda, a uma instituição, seja ela, política, econômica, jurídica ou religiosa. A sociedade não existe, o que existe de fato, são, pessoas - indivíduos, que por algum motivo estão e permanecem juntos. Por isso, a sociedade é para todos, ou não é para ninguém. Aqui não existe distinção.

 
Inventamos linguagem e dela fazemos instrumento de poder. Criamos cultura e dela fazemos instrumento de domínio. Não existe nenhuma teoria, não existe nenhum evento, não existe nenhum  acontecimento  historicamente determinado para tal evidência, ou, ela, - a sociedade pertence a todos ou a ninguém deve pertencer

Isso é fake de uma hermenêutica falida.

Destaco, se sociedade pertence a alguém,  esse alguém,  obviamente, é o povo.
Mas, quem e o que é o povo? Essa palavra derivada da língua grega - dêmos, significa e designa "comunidade cívica".  Esse significado é fundamental, pois, "povo", não quer dizer exatamente"plebe", mas, abrange um vasto leque de cidadãos - indivíduos que vão dos remediados e mesmo abastados, até os mais pobres, inclusive, os vulneráveis, os que vivem nas ruas, debaixo das pontes e pontes quebradas. Isso é o povo. A sociedade pertence ao povo. Alguém já disse, o povo é soberano. Enfatizo, o povo é soberano em sua totalidade, diversidade e pluralidade, não eu e meus sapatos! Da mesma forma, não minha religião e os princípios dessa. É difícil de entender? 

Também, a sociedade não pertence a um grupinho de indivíduos privilegiados, nesse caso aqui, a raça escolhida - nação santa, ou seja, a  "religião". A religião em certo sentido, tomou as dores do mundo para explicar o silêncio. Daí, a religião utiliza de seus privilégios (domínio e poder) para, em nome de Deus, escravizar os outros. Estamos presenciando exatamente isso, sobretudo, nesse período da história política brasileira contemporânea. 

O próprio Jesus, o tal Cristo, em sua historinha, foi flagelado, crucificado e morto pelos "seus", injustamente e por inveja, Jesus foi morto pelos sacerdotes do templo em sua época. Não foi a samaritana com aquele monte de maridos que o matou. Não foi a prostituta que o acusou. Não foram os ladrões quem pregaram suas mãos e pés numa cruz,  aliás, ele morreu no meio deles. Não foram os excluídos de sua época que o coroaram de espinhos, muito menos, os coxos e aleijados flecharam seu lado esquerdo, onde, dali, jorrou sangue e água. 

A religião, de uma vez por todas, é de natureza privada, embora, o seu uso, aflora no público. Alguns religiosos se tornam tão hipócritas que engolem os conceitos de Deus, Jesus Cristo e do Espírito Santo, daí, emerge dentro deles o monstro sagrado: "Deus acima de todos" . Esses disfarçados de pastores e padres enganam muita gente. Apresentam-se vestidos de pureza, mas, seus corações estão cheios de toda imundície possível. Falam que são pobres, entretanto, vivem na riqueza. São mentirosos, vaidosos, malvados, arrogantes, estúpidos e caluniadores - prevaricadores, pois, invertem o sentido verdadeiro de religião. Eles falam da verdade, mas, vivem na mentira, pregam o amor, mas, disseminam  o ódio, falam da fé mas, seus corações estão cobertos de dúvidas, falam da alegria mas, semeiam a discórdia. No desespero, afinadamente, eles aumentam a angústia dos outros com promessas escusas. Roubam o dinheiro dos pobres e,  em seus ombros, deixam fardos pesados.Eles ensinam a doutrina de tal forma que o amor ali desaparece. Os crentes e fiéis que eles formam são três vezes piores que eles. Tem algo que me intriga, vivem com a consciência tranquila e ainda dizem, "conhecereis a verdade e ela vos libertará" Mentirosos e mentirosas. 

A religião deveria ser o elo entre o amor e o amado, entre a canção e a harmonia, deveria ser a dissipação das trevas. Um dia, numa outra época, alguém poetizou: 
Onde houver ódio, que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia, que eu leve união
Onde houver dúvida, que eu leve a fé
Onde houver erro, que eu leve a verdade
Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Viva Franscisco!

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